Mente racional e emocional. Sabes manter o seu equilíbrio?
É com o coração que se vê corretamente, o essencial é invisível aos olhos
Antoine de Saint-Exupéry - O Principezinho
Uma visão da natureza humana que ignore o poder das emoções é lamentavelmente superficial. Sabemos por experiência própria que, quando se trata de moldar as nossas decisões e ações, a emoção pesa no mínimo, tanto quanto a razão.
As neurociências têm vindo a demonstrar que, as emoções são parte essencial da tomada de decisão. No livro, O Erro de Descartes, o neurocientista António Damásio menciona experiências em que pessoas incapazes – por lesões cerebrais – de ter acesso às suas emoções, eram também incapazes de tomar qualquer decisão! Mesmo com todas as informações necessárias e a sua perfeita compreensão, não conseguiam escolher entre as várias opções disponíveis, simplesmente porque sem as emoções o racional não consegue escolher.
Por outro lado, para o bem ou para o mal, quando são as emoções que dominam, o intelecto não pode conduzir-nos a lugar algum. A forma como avaliamos as situações complicadas com que nos deparamos e as nossas respostas a essas situações, são moldadas não apenas pelos nossos julgamentos racionais ou a nossa história pessoal, mas também pelo nosso passado ancestral.
Todas as emoções são, em essência, impulsos, legados pela evolução, para uma ação imediata, para planeamentos instantâneos que visam lidar com a vida. Essa relação entre emoção e ação imediata, fica bem clara quando observamos animais ou crianças.
É somente em adultos “civilizados” que muitas vezes detetamos a grande anomalia no reino animal: as emoções — impulsos enraizados para agir — separada de uma reação óbvia.
As novas tecnologias permitem observar o cérebro e o corpo como um todo e mostram detalhes fisiológicos que permitem a verificação de como diferentes tipos de emoção preparam o corpo para diferentes tipos de resposta. A dicotomia emocional/racional aproxima-se da distinção que popularmente é feita entre “coração” e “cabeça”, saber que alguma coisa é certa “aqui dentro no coração” é um grau diferente de convicção, tem um sentido mais profundo, ainda que idêntica à convicção adquirida através da mente racional.
Na proporção entre controle racional e emocional da mente, quanto mais intenso o sentimento, mais dominante é a mente emocional e mais inoperante a racional. Há bilhões de anos, quando se iniciou a nossa evolução biológica, era mais vantajoso que emoção e intuição guiassem a nossa reação imediata frente a situações de perigo de vida. Parar para pensar poderia custar-nos a vida. Essas duas mentes, a emocional e a racional, na maior parte do tempo operam em estreita harmonia, entrelaçando os seus modos de conhecimento para que nos orientemos no mundo.
Em geral, há um equilíbrio entre as mentes emocional e racional, com a emoção alimentando e informando as operações da mente racional, e a mente racional filtrando e, às vezes, vetando a entrada das emoções. Mas são faculdades semi-independentes, cada uma, refletindo o funcionamento de circuitos distintos, embora interligados, do cérebro.
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