Consciência e adaptabilidade
É bonito ver como a Vida tem uma imensa capacidade de adaptação! Afinal, tudo o que é vivo está sempre em movimento, em mutação. Na Natureza, não é o mais forte que sobrevive, mas sim o que melhor se adapta.
Nós, seres humanos, levamos isto ao extremo – e essa parece ser uma das nossas vantagens evolutivas. Nascemos com uma incrível flexibilidade física, mental e emocional. Chega a ser tanto que não damos conta de cuidar de nós mesmos sozinhos. É à medida que crescemos, que vamos criando estruturas para podermos ser independentes.
Neste processo, a grande maioria da humanidade não encontra o ponto de equilíbrio, e continua a se estruturar ininterruptamente. Tanto que se cristaliza (para não mencionar aqueles que se fossilizam ainda vivos!). A partir deste ponto, a pessoa não evolui mais. Ela só existe, só repete as cenas dos episódios anteriores.
A sonhada independência passa a ser ilusória, pois o apego às estruturas passa a dominar e fazer com que a pessoa se identifique com as estruturas que criou para a sua própria vida.
Porém, tudo o que tem nome e forma, namarupa em sânscrito, é infalivelmente efémero, tem um fim em si mesmo. Assim, neste excesso de estruturas, a pessoa se apega a elas e deixa de permitir que a vida flua e evolua.
Não é mesmo fácil encontrar o ponto de equilíbrio entre a estrutura e a adaptabilidade – pois ele não pode ser definido de fora pra dentro. Deve ser algo que a sua consciência pondera. Expandir a consciência é a chave para permitir que a vida continue evoluindo em nós. Quanto mais desenvolvemos a nossa consciência, mais lucidez temos sobre o mundo interno e externo.
Por consequência, menos apego geramos e melhor nos conseguimos adaptar aos contextos que escolhemos viver. E a tão almejada independência é superada. Passa, então, a ser auto-suficiência, que é um conceito mais profundo.
É independência sem desligar de todo o resto, é permitir que a vida evolua, é estabilidade e adaptabilidade junto.
